Campanhas Municipais: A mídia perde espaço
Uma outra máteria interessante, escrita por Gustavo*, no Le Monde Diplomatique Brasil, edição nº 15, outubro/2008, pág. 18, fala sobre a influência da mídia nos processos eleitorais municipais deste ano.
Oportunidade para lembrar do comportamento de dois veículos jornalísticos de Campos, onde é explítica a defesa dos interesses e a vinculação de seus proprietários com os candidatos que concorrem a prefeitura. É perceptível a inexistência de imparcialidade, as matérias são de cunho pejorativo ou depreciativo, não contribuindo em nada para a elevação do debate, da apresentanção de propostas e projetos que contribuam para o pleno desenvolvimento da cidade, da imprensa com organismo de controle social, de fiscalizador das contas do município, da mídia participativa e propositiva.
Vivemos um bom momento na planície, decorrente da não confiabilidade da população na mídia tradicional, os novos meios de comunicação, em especial os blogs, contribuem para a elevação do debate, a discussão dos fatos e suas consequencias em tempo real, como destacado na edição de hoje do Jornal Monitor Campista, dando ênfase a participação dos blogueiros de Campos na cobertura das eleições municipais, onde as opiniões da nata da blogosfera campista foi destaque.
Separei alguns trechos da reportagem do Le Monde Diplomatique para reflexão:
A influência eleitoral dos meios de comunicação está cada vez mais limitada no país. Conforme a democracia se consolida, a população passa a definir seu candidato com base nas avaliações objetivas de suas condições de vida. E não há uma mídia poderosa ou marqueteiro genial capazes de mudar isso.
"(...) Desde a redemocratização o povo tem votado com o pé no chão, com base acima de tudo em uma avaliação de suas condições objetivas de vida e fazendo escolhas com base em um diálogo entre essa experiência concreta - mesmo quando pouco crítica e imersa no mundo cotidiano - e as expectativas oferecidas pelo cardápio de candidatos que se apresentam a cada eleição(...)"
"Isso não significa que a mídia não possa desempenhar papel decisivo e que em todo esse período não o tenha feito, interferindo definitivamente nos rumos de processos eleitorais(...)"
"(...) A lógica das disputas municipais em curso parece ser a mesma. A reeleição ou eleição do 'sucessor é pouco provável onde o atual prefeito está mal avaliado (...)."
"(...) O eleitorado brasileiro já não é mais o mesmo e que não se deixa manipular pelos meios de comunicação em termos absolutos não implica que a crítica obscena concentração da mídia no Brasil deva passar a um segundo plano ou que se possa arrefecer a batalha contra essa situação. Muito pelo contrário. Em relação a suas opções conservadoras, a mídia empresarial mudou pouco desde que surgiu no Brasil, e a sociedade ainda tem muito a ganhar em cidadania e em desenvolvimento sustentável - decorrências "naturais" de um processo radical de inclusão, em que todos tenham efetivamente voz, com a superação da atual concentração dos meios de comunicação."
*Gustavo Venturi, doutor em Ciência Política, é professor de Sociologia da USP. Estudo disponível em www. doxa.iuperj.br
Comentários
Parabéns, excelente blog, nosso espaço está cada vez maior e mais importante!Pessoas esclarecidas, cidade melhor, vamos à luta!