Perguntas e Respostas: Oficina de Culinária A Cozinha dos Quilombos de Campos dos Goytacazes: Sabores, Territórios e Memórias
XIII Semana
Nacional de Ciência e Tecnologia
"Mostra
de Extensão e Pós-Graduação"
“Ciência
Alimentando o Brasil”
Oficina de Culinária
A Cozinha dos Quilombos de Campos dos Goytacazes:
Sabores, Territórios e Memórias
1 - O que motivou a realização da oficina?
Fabiano: A oportunidade de
preservação dos hábitos alimentares e culturais de um segmento tão importante
da nossa população, os remanescentes de quilombolas oriundos da Região do
Imbe, pois acredito que na comida está
um dos mais significativos elos entre a pessoa, sua cultura, entre a pessoa e
sua identidade. Os elementos da comida (cor, textura, odor, temperatura,
objetos complementares), bem como quantidade e maneiras de ingerir, trazem e
ativam conhecimento, reforçando memórias, pois o homem tem fome de símbolos.
2 - Que experiências você traz em relação à
culinária afro?
Fabiano: Sendo aluno da primeira
turma do curso de Culinária Afro Brasileira da Fundação Cultural Zumbi dos
Palmares, hoje Superintendência de Igualdade Racial, tive o privilégio de ter
contato com os pesquisadores, Maria Moura, Socióloga e Griô (detentora da
História dos Africanos) e com a Baiana de Acarajé, Ciça, preparamos os pratos
típicos da culinária afro-brasileira: acarajé, vatapá, caruru, moquecas,
quindim, doce de mamão com coco, doce de abobora, dentre outros, Tive a
oportunidade de fazer essas preparações para trabalhadores de diferentes
nacionalidades dos navios e embarcações que prestam serviços na área de
petróleo e gás. Alem de ministrar uma oficina de culinária africana,
quilombola, indígena e rural da baixada campista, no Arquivo Publico Municipal
de Campos.
3 - Por que acha importante o compartilhamento
desses sabores e saberes?
Fabiano: Conhecer aspectos históricos e culturais da
alimentação no Brasil; reconhecer os hábitos alimentares como um fator
importante da identidade cultural do nosso povo; conhecer alguns pratos,
utensílios e modos de preparo da cozinha brasileira; reconhecer a herança dos
negros e negras na cozinha brasileira de hoje, em especial as preparações da
alimentação cotidiana dos remanescentes quilombolas de Campos dos Goytacazes,
fruto de uma interessante pesquisa que resultou no Livro A Cozinha dos
Quilombos:Sabores, Territórios e Memórias, lançado recentemente pelo Instituto
Dagaz, mapeando os hábitos alimentares dos quilombolas do Estado do Rio de
Janeiro.
4 - Pode citar algumas iguarias que os alunos
vão aprender?
Fabiano: Durante a oficina iremos fazer a preparação
dos pratos clássicos da culinária quilombola de Campos dos Goytacazes: -
Quilombo de Aleluia:Angu com baiano; Quilombo
de Batatal: Ensopado de carne de porco com inhame; Quilombo de Cambucá: Canjiquinha com carne
ralada; Quilombo de Conceição do Imbé: Cantão (carne seca com purê de banana
nanica ou caturra verde),
5 - Alguma, em especial, é mais exótica?
Fabiano: Alem
do resgate da culinária quilombola, estaremos preparando um prato típico da culinária de Campos dos
Goytacazes: a galinhada com feijão guandu, que remete as preparações feitas por
minha avó, Anilda, com este feijão que é um dos poucos que nasce num pequeno
arbusto e hoje é comercializado nas feiras da roça da nossa cidade.
6 – Quem são os ministradores da Oficina ?
Fabiano:Nesta oficina, teremos a participação do Hélvio
Gomes Cordeiro, Escritor, Historiador e Pesquisador de Cultura Afro Brasileira,
que abordara o tema: A formação dos
Quilombos de Campos dos Goytacazes: Uma História de Resistência! e da Maria Teresa Monteiro Carneiro, Mestre em Ciências
Políticas/UFF, que abordará A Alimentação e a Questão Social: A prática da
agricultura familiar nas comunidades quilombolas.
7 - Qual o perfil ideal dos participantes?
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