“Tá escrito nas estrelas: Tu és o Glorioso!”

Tarde de domingo, hora de sentar em frente da televisão, camisa do meu time, calças e boné preto e branco, tudo que possa contribuir para que as cores do meu estejam ainda mais radiantes, antes dei uma olhada nos sites esportivos e baixei a versão do Hino do Glorioso cantada pelo Zeca Pagodinho, desci e coloquei a TV ligada ao aparelho de som, e agora com o hino no celular, quando a festa começar e meu time marcar o som vai estrondar!
Enrolado na bandeira alvinegra, presenteada pela equipe de remo quando veio a Campos participar das regatas no Rio Paraíba do Sul, me senti confiante: É hoje que vamos quebrar o tabu e seremos campeões diretos, sem essa de mais dois jogos nos próximos domingo, é vencer ou vencer.
O gol pode vir de qualquer maneira, falta, pênalti, chutão, cabeçada, eu nem quero saber: eu quero ver gol!
O jogo começa e é pura emoção, a vontade é que o tempo passe rápido e aquele gripo na garganta possa ecoar pelos quatro cantos deste país: Somos campeões!
Um primeiro tempo eletrizante, um gol de pênalti de Herrera e Vágner Love numa jogada toda enrolada na área, marca para os rubro-negros.
Durante o intervalo fiquei calado, olhando a cena do gol sofrido... Inacreditável: como deixam o V. Love na hora certa, no lugar certo e fazendo a coisa certa: gol, o seu 15º no campeonato, que lhe torna artilheiro isolado da competição.
O árbitro da partida distribui cartões amarelos e vermelhos no varejo e no atacado, já é visível que os times não terminarão o jogo com seus elencos completo, fato comum nas decisões que envolvem os grandes clubes.
Ufa. O juiz apita e declara o intervalo do jogo, pausa para um copo de Coca-Cola super gelado, acompanhado de um Carlton Dunhill Blue Blend, pois ninguém é de ferro.
Olhar atento a cada lance dos melhores momentos do primeiro tempo e a conclusão: estamos no caminho certo, vamos partir para cima e mostrar que agora faltam apenas 45 minutos para o término da competição e o fato acontecido com o Vasco em 1998 irá se repetir: tenho certeza, seremos campeões da Taça Guanabara, da Taça Rio e levantaremos o caneco do campeonato Carioca de 2010!
E vem o segundo tempo, ambos os times atacam, o Botafogo com a sua jogada área mais que conhecida e num agarra agarra na área do Flamengo resulta num pênalti bem convertido pelo Sebastian Abreu, mais conhecido como El Loco, cobrado sem chance de defesa para o goleiro Bruno que ficou sentado no chão olhando a bola entrar, após a mesma ter tocado no travessão.
E o Flamengo tentando todas com o V. Love e o apagado Adriano lá na frente, que ainda perde um pênalti, que o goleiro Jefferson defende e registra seu nome na história do clube da estrela solitária, a vitória está sacramentada.
Agora é aquela aflição, será que vamos entregar o jogo nos minutos finais?
Não, desta vez o time ta com espírito de campeão, jogou como campeão: de um lado os trabalhadores do futebol, com garra, determinação e responsabilidade, comandados pelo Joel, que assumiu o time após a vergonhosa derrota para o Clube de Regatas Vasco da Gama, por SEIS a 0, em pleno Engenhão e do outro lado, os baladeiros, boêmios e brigões da Gávea, um time cheio de estrelas, onde cada uma quer brilhar mais que outra.
Dessa vez foi diferente, a Estrela Solitária que brilhou mais forte!
Um misto de sorriso e lágrimas invadem meu semblante, pois durante 3 anos consecutivos indo ao Maracanã, voltava triste, com a faixa de vice e esse ano, por motivo de força maior: aniversário do meu filho Ernesto, tive que estar Campos para curtir com ele a grande vitória do nosso time!
E assim a profecia do Filme dos Trapalhões: Botafogo Campeão 2010 se cumpria, caiu mais um tabu: vice é o
K@%*/$&J!

BOTAFOGO CAMPEÃO 1910-2010!

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