País tem a necessidade de renovação na política
A eleição, pela terceira vez, de Michel Temer (PMDB/SP) e José Sarney (PMDB/AP), respectivamente para as presidências da Câmara e do Senado, evidencia a carência de novas lideranças políticas no país, nos partidos, no Parlamento e também na sociedade.
Nada contra os dois políticos, que reúnem todas as condições e qualidades para conduzir com dignidade e eficiência a presidência das Casas para as quais foram eleitos. Trata-se apenas de uma constatação. Se no Congresso, que ainda possui muitos quadros forjados no combate à ditadura militar, especialmente a partir da militância nos movimentos estudantil e sindical, constata-se a carência de nomes para ocupar os postos de mando, imagine o que acontecerá no futuro.
É realmente preocupante a questão do recrutamento político das novas gerações com o envelhecimento dos militantes forjados no período de resistência democrática, à direita e à esquerda, em que as pessoas, na luta política, eram movidas por ideais.
Os movimentos sociais sofreram uma grande inflexão na formação de quadros com vocação política, o que será uma perda lamentável no debate de idéias e disputa de posições políticas no Parlamento e na sociedade do futuro.
As novas gerações, excessivamente pragmáticas, possuem pouca capacidade de indignação. Em geral adotam uma postura despolitizada, sem apego à defesa de ideologias, princípios e utopias, preferindo desqualificar os espaços de disputa política em lugar de participar deles.
Com a redução de quadros oriundos dos movimentos sociais e da luta política, e com a provável adoção do sistema de lista fechada e bloqueada no processo eleitoral, a tendência natural é que os empresários, acadêmicos e burocratas ocupem esses espaços.
A ocupação de cargos eletivos por adeptos do modelo de escolhas públicas, segundo a qual, desde que se elimine a assimetria de informação, todos podem administrar ou resolver problemas racionalmente, restringe o espaço da decisão política ou da escolha com base em critérios ideológicos e de justiça.
E a política sem carisma, sem debate de idéias, sem disputas ideológicas e sem utopia perde completamente a razão de existir. Se os movimentos sociais não investirem na formação de novas lideranças e quadros políticos, a política perde o encanto. Oxalá, que a chama das paixões por idéias e programas sobreviva.
Nada contra os dois políticos, que reúnem todas as condições e qualidades para conduzir com dignidade e eficiência a presidência das Casas para as quais foram eleitos. Trata-se apenas de uma constatação. Se no Congresso, que ainda possui muitos quadros forjados no combate à ditadura militar, especialmente a partir da militância nos movimentos estudantil e sindical, constata-se a carência de nomes para ocupar os postos de mando, imagine o que acontecerá no futuro.
É realmente preocupante a questão do recrutamento político das novas gerações com o envelhecimento dos militantes forjados no período de resistência democrática, à direita e à esquerda, em que as pessoas, na luta política, eram movidas por ideais.
Os movimentos sociais sofreram uma grande inflexão na formação de quadros com vocação política, o que será uma perda lamentável no debate de idéias e disputa de posições políticas no Parlamento e na sociedade do futuro.
As novas gerações, excessivamente pragmáticas, possuem pouca capacidade de indignação. Em geral adotam uma postura despolitizada, sem apego à defesa de ideologias, princípios e utopias, preferindo desqualificar os espaços de disputa política em lugar de participar deles.
Com a redução de quadros oriundos dos movimentos sociais e da luta política, e com a provável adoção do sistema de lista fechada e bloqueada no processo eleitoral, a tendência natural é que os empresários, acadêmicos e burocratas ocupem esses espaços.
A ocupação de cargos eletivos por adeptos do modelo de escolhas públicas, segundo a qual, desde que se elimine a assimetria de informação, todos podem administrar ou resolver problemas racionalmente, restringe o espaço da decisão política ou da escolha com base em critérios ideológicos e de justiça.
E a política sem carisma, sem debate de idéias, sem disputas ideológicas e sem utopia perde completamente a razão de existir. Se os movimentos sociais não investirem na formação de novas lideranças e quadros políticos, a política perde o encanto. Oxalá, que a chama das paixões por idéias e programas sobreviva.
Antônio Augusto de Queiroz é jornalista, analista político e Diretor de Documentação do Diap - Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar.
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