O Canal Campos-Macaé
Em 1882, o governo provincial julgou desnecessária a navegação fluvial, deixando Campos “entregue ao povo que suga toda a energia do campista pelo seu monopólio do transporte”. – é Horácio de Souza quem informa (“Ciclo Áureo”).
O Canal Campos - Macaé tivera vida curta. Esse canal foi “pensado” desde dos tempos ainda do Bispo Azeredo Coutinho em seu livro “Ensaio Econômico sobre o comércio de Portugal e suas colônias”, edição de Lisboa em 1794, longamente pensado, e anos para ser construído. Basta dizer que suas obras começaram em outubro de 1844. Antes em 1836, José Carneiro da Silva, 1º Visconde de Araruama, publicava a sua “Memória sobra à abertura de um novo canal para facilitar a comunicação entre a cidade de Campos e a vila de Macaé”, impressa em 1836.
E foi o Visconde de Araruama que arremataria muitos anos depois as obras do canal. Em agosto de 1845, o presidente da Província, Caldas Viana, criou um comissão composta do engenheiro Carlos Revere, Capitão Edgard José Lorena, Amélio Pralon, Dr. João Campos Belas e o Visconde de Araruama. Essa comissão foi também incumbida de explorar a barra do rio Paraíba em Atafona, para saber se preferível à navegação no mesmo rio, desde o fundão até a barra, e evitar os desmembramentos em suas margens. Como se vê, a preocupação com a barra do rio em Atafona era antiga, mas nada que a tecnologia pelo menos do fim do século passado não pudesse solucionar.
A construção do canal foi uma grande epopéia. Aberto a força muscular, pelos braços escravos, tinha
O Canal Campos - Macaé faz lembrar o blefe da Hidrelétrica de Macabro, que levou anos para ser construída, custo muitas vezes mais do que o orçamento previsto e no fim, deu no que deu.
O Canal serviu por muito pouco tempo. Logo era inaugurada a Estrada de Ferro Macaé - Campos e sua utilidade desapareceu.
Referências:
RODRIGUES, Hervê Salgado. Campos, Na Taba dos Goytacazes. Niterói: Imprensa Oficial, 1988.
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Grande abraço, Sepé!