O Fórum Social Mundial na visão crítica de Vitor Hugo

Acreditando na democratização dos meios de comunicação e fazendo deste Blog, um lugar para debates, trocas de experiências, e fazendo valer o desafio de abordar narrativas diferentes, inteligentes, e comprometidas com a transformação social, apostando numa via que permita agregar e desenvolver as inúmeras potencialidades individuais e comunitárias, resultando no aparecimento de novos talentos, abrimos o espaço para o Vitor Hugo, fazer uma análise crítica sobre o Fórum Social Mundial, acontecido no dia 26/01/2008, no Aterro do Flamengo, na cidade do Rio de Janeiro, dentro das atividades do Dia Mundial da Mobilização e Ação Social.


Diversidades...


Muito se aprende ao conviver, mesmo que por um dia apenas, com outras culturas.
Às vezes, em nosso mundo pequeno e delimitado, não nos damos conta do quanto o mundo é diversificado.
No ultimo dia 26, tive a oportunidade de viver mais essa experiência, apesar de ter sido em um único dia.
Foi no Fórum Social Mundial que aconteceu no aterro do Flamengo. Lá podíamos ver índios, afro-descendentes, socialistas, ambientalistas, ongs de combate à pobreza, estudantes apresentando algum tipo de arte, rappers, enfim, Uma gama variável de culturas, de estrangeiros a moradores de rua, de sociólogos a hippies...
Enfim, sempre que se parava para conversar com alguém, aprendia-se alguma coisa. E o legal era que se falava a mesma língua. As idéias sempre estavam sintonizadas, como na conversa sobre o Hip Hop com um grupo artístico que mistura musica e poesia...Ou com o morador de rua que reclamava ao ler o folder do evento:
“- Aqui só tem alemão!”
Ele foi o mesmo que não quis dar entrevista ao companheiro Fabiano (Sepé). Mas tarde acho que eu pude entender a atitude daquele homem.

Um dia de euforia...

Analisando a atitude do morador de rua, que era de revolta em relação ao evento, tive algumas poucas conclusões. Ora, aquele não era o primeiro evento/ato que aquele homem assistia, certamente. Pois sempre se têm notícias, mesmo morando no interior do Estado, como eu, das manifestações por paz, por justiça essas coisas, que acontecem naquelas bandas. Pois bem.
Na hora é tudo muito belo, charmoso, nos sentimos enxertados nessa grande causa social. Mas quando chegamos em casa, aquela euforia, na maioria das vezes passa.
A verdade é que aquele homem se sentiu invadido em sua própria casa, pois ele mora no aterro ou nas proximidades, por pessoas que no outro dia irão voltar as suas atividades normais e vão passar por ele com o mesmo ar de indiferença do dia anterior ao evento, isso é fato, no dia seguinte todos ainda estarão envolvidos, na semana seguinte, muitos já estarão indiferentes outra vez...
Um leão por dia...
Penso naquele homem, que com certeza mata um leão por dia pra sobreviver. E muitas vezes esse leão, que também podemos chamar de fome, miséria, é quem o mata.
Sinto-me em seu lugar: "ninguém parece se importar com a gente, hoje estão aqui, para que suas consciências lhes digam que eles não são ruins e que se importam" acho que pensando assim ele disse que éramos todos "alemão".
É claro que não são todos disso podem ter certeza...

Algo a se pensar...

Qual o maior problema que hoje afeta essas pessoas, como por exemplo, esse morador de rua?
A fome e a miséria certamente, mas outros fatores nos matam por dentro, deixando os corpos como zumbis, sem rumos e sem perspectivas.
Mas certamente a falta de esperança...Pois ela mata a carne e a alma e nos leva a acreditar que nada somos, sem esperança, não temos como prosseguir é ela que nos diz que algo, por menor q possa ser é possível.
Pessoas como aquele homem, morrem todos os dias, pois a cada dia ele vê a esperança caindo cada vez mais num abismo. Se distanciando dele.
E o que nós podemos fazer?
E onde nós entramos nisso?
Essa questão é pessoal para cada um. O que nós temos feito para pessoas como ele?
Há uma musica que diz: "E o que nós podemos fazer? Cruzar os braços, não há de ser, ajudar o outro é ajudar a si. Mostrar o caminho a prosseguir. Sim, há tanto para fazer, cruzar os braços não há de ser”.

"Uma grande caminhada, começa com um simples passo”.
Provérbio chinês

Vitor Hugo
tertiodie@gmail.com

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