Mais um recorde: Brasil ultrapassa a marca histórica de 2 milhões de empregados em 12 meses
Entre agosto de 2007 e agosto de 2008, país gerou 2.065.297 postos com carteira assinada. Somente no 8º mês deste ano, foram quase 240 mil vagas, resultado 79% acima de agosto de 2007
Foram gerados 239.123 empregos com carteira assinada no país no mês de agosto, o maior saldo da série histórica do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado esta segunda-feira pelo ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, em coletiva em Brasília. Tal resultado representou um crescimento de 0,78% no estoque de assalariados celetistas do mês anterior e situou-se 79% acima do resultado de agosto de 2007 (133.329 postos).
Nos oito primeiros meses do ano, o montante de empregos criados já atinge 1.803.729 (+6,23%), resultado recorde da série histórica para o período, situando-se 33% acima do saldo ocorrido em 2007 (1.355.824 postos ou +4,96%) e 23% superior ao recorde anterior verificado no mesmo período de 2004 (+1.466.446 postos ou +6,28%). Nos últimos 12 meses, foram registrados pela primeira vez na série do Caged a geração de empregos superior a dois milhões de celetistas (2.065.297 postos ou +7,19% ).
Entre 2003 e 2008 foram gerados 8.072.497 postos de trabalho celetistas. Até agosto, o estoque do Brasil de pessoas com carteira assinada é de 30.769.918.
"Eu já vinha dizendo que a inflação era reflexo da crise internacional. Hoje os preços já estão caindo no país. Minha previsão no início do ano era de mais de 1,8 milhão de novos empregos até dezembro. O resultado agora em agosto reforça que vamos sim bater a marca de 2 milhões de pessoas com carteira assinada em 2008. Esse resultado é muito forte, inclusive para qualquer país do mundo. Os americanos, por exemplo, estão tendo saldo negativo e o Brasil está olhando para eles e dizendo: vem aprender com a gente a gerar emprego", destacou o ministro Carlos Lupi, durante a coletiva.
Setores de atividade econômica - Em termos setoriais, os dados mostram uma expansão quase generalizada do emprego no mês de agosto, cabendo destacar, em números absolutos, os seguintes setores: Serviços, com o acréscimo de 95.191 postos (+0,80%), resultado recorde para o período; Indústria de Transformação, com 54.756 empregos (+0,74%), a segunda maior geração de empregos do mês na série, ultrapassada somente pela verificada em 2004 (+72.168 postos ou +1,19%); Comércio, com 54.159 postos (+0,82%); e a Construção Civil, com 35.882 postos (+2,04%, a maior taxa de crescimento relativo dentre todos os setores de atividade econômica, sendo 2,6 vezes maior que a taxa média do país), registrando, ambos, recordes para o mês.
"O próprio empresário está percebendo que vale a pena manter o empregado e diversificar sua atividade. Quando antes se demitia nos períodos de baixa produção, hoje se diversifica para manter o empregado em maior período. Por quê? Porque vale a pena", afirmou Lupi.
A Agropecuária, por motivos sazonais relacionados à entressafra no centro-sul do país, foi o único setor que apresentou redução no contingente de assalariados com carteira assinada (-4.995 postos de trabalho ou -0,28%), declínio este, porém, menor que o ocorrido em idêntico mês do ano anterior (-30.806 postos ou -1,79%).
O bom desempenho do setor Serviços decorreu da elevação generalizada dos seis segmentos que integram o setor, com quatro deles apresentando resultados recordes, a saber: Serviços de Alojamentos e Alimentação (+26.732 postos ou +0,62%); Serviços de Comércio e Administração de Imóveis (+26.593 postos ou +0,86%); Ensino (+19.498 postos ou +1,74%) e Serviços Médicos Odontológicos (+8.994 postos ou +0,73%).
No que diz respeito à Indústria de Transformação, observa-se que onze dos doze ramos industriais elevaram o número de postos em agosto, cabendo ressaltar o desempenho da Indústria de Produtos Alimentícios (+16.237 postos ou +0,92%%) e da Indústria de Têxtil e Vestuário (+7.945 postos ou +0,83%). Por outro lado, a Indústria da Borracha, Fumo e Couros, por motivos sazonais, respondeu pelo declínio de 1.190 postos (- 0,36%) redução menor que a verificada em igual período de 2007 (- 4.416 vagas ou -1,37%).
Em termos de longo prazo (últimos 12 meses), período utilizado para contornar a sazonalidade, tanto o setor da Agropecuária quanto o segmento da Indústria da Borracha, Fumo e Couros e Fumo evidenciaram expansão no nível de emprego (+4,28% ou +72.451 postos e 3,81% ou +12.082 postos, respectivamente).
"Esse resultado se deve, primeiro, à força da economia brasileira, que está crescendo em todas as regiões do país, em todos os setores da economia. Com a exceção da Agricultura, todos os demais setores cresceram fortemente. Investimentos fortes na área de serviços, no setor de comércio, de construção e indústria de transformação também. Isso é uma demonstração inequívoca de que o crescimento do Brasil veio pra ficar", afirmou o ministro Lupi.
Regiões - Em agosto, segundo recorte geográfico, as informações do Caged indicam que a expansão do emprego foi generalizada nas Grandes Regiões, com duas delas apresentando recorde na geração de empregos: Norte (+12.944 postos ou +1,03%) e Sudeste (+124.447 postos ou +0,73%). As demais regiões obtiveram o segundo melhor desempenho em termos absolutos na série do Caged para o período, sendo superado apenas pelo ocorrido no ano de 2004: Nordeste (54.311 postos ou +1,27%, o segundo maior saldo e a maior taxa de crescimento do mês dentre as grandes regiões), Sul (+31.660 postos ou +0,56%) e Centro-Oeste (+15.761 postos ou + 0,72%).
Estados - Entre as Unidades da Federação, merecem destaque o estado de São Paulo, com a criação de 83.592 postos (+ 0,81%) em agosto, seguido de Minas Gerais (+19.770 postos ou +0,59%), Rio de Janeiro (+17.565 postos ou +0,60%), todos revelando saldo recorde no período, Paraná (+14.695 postos ou +0,71%) e Pernambuco (+13.367 postos ou +1,58%), apresentando o segundo melhor resultado do período, sendo inferior apenas às elevações de empregos ocorridas em agosto de 2004 (+18.952 postos e 17.554 postos respectivamente). Por outro lado, o estado de Roraima desativou 72 postos de trabalho (-0,27%), decorrente principalmente do desempenho negativo dos setores da Agropecuária (-85 postos ) e dos Serviços Industriais de Utilidade Pública (-69 postos).
Interior x região metropolitana - O emprego formal no conjunto das nove Áreas Metropolitanas cresceu 0,77%, por conta da criação de 97.298 postos de trabalho, um saldo recorde para o período na série do Caged. Neste mês, o interior dos estados desses aglomerados urbanos respondeu pelo aumento de 77.184 postos (+0,67%), desempenho pela primeira vez no ano mais modesto comparativamente ao conjunto das áreas metropolitanas. Tal comportamento está associado à presença de fatores sazonais negativos do ciclo agrícola. Houve elevação generalizada do emprego nas áreas metropolitanas e no interior dos estados dos respectivos aglomerados. O estado de São Paulo foi o maior responsável pelo incremento no número de vagas celetistas, tanto entre as áreas metropolitanas (+49.980 postos) como nas não metropolitanas (+33.612 postos).
O ministro Carlos Lupi aproveitou para dar um gás na esperança de quem ainda está procurando emprego: "Há vagas. Continue a busca que vai conseguir o seu trabalho. Mas tem que se qualificar, buscar uma especialização, para estar preparado para quando esta vaga aparecer".
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