Alcoolismo: e você com isso?
Reunião de amigos, reencontro de antigos colegas, comemoração de aniversário, churrasco, casamento e por ai vai. São muitas as ocasiões sociais em que o consumo de bebida alcoólica está associado. Aquelas em que muitos defendem o "beber socialmente", numa afirmação de que ingerir álcool é um ato de socialização e de identificação em determinado grupo. O que muitos não imaginam é que o limite entre a socialização e o alcoolismo é muito próximo e, muitas vezes, não se percebe quando se está entrando num quadro de dependência alcoólica.
O psiquiatra Marcos Miceli lista alguns comportamentos que devem ser observados para que uma pessoa comece a se preocupar para não ter problemas com bebidas alcoólicas, tais como mudança no comportamento social e prejuízos no trabalho e nos estudos. Este, mais presente entre os jovens que perdem gradativamente seus rendimentos com reprovações, faltas, atrasos e se tornando agressivos, além de apresentar um comportamento sexual de risco. "O que diferencia uma pessoa que ainda não tem dependência para aquela que está dependente é a busca desta pelo álcool para chegar à embriaguez e, principalmente, a negação da condição", ressalta Miceli, que é voluntário nos Alcoólicos Anônimos (A.A.) ou como o chamam por lá, "Amigo do A.A.", nomeação dada pelo próprio grupo para quem não tem problemas com álcool e ajuda a entidade.
O consumo de bebida alcoólica no país, entre aqueles que tem de 12 a 65 anos, é de 12,6%. É o que aponta o II Levantamento Domiciliar sobre o Uso de Drogas Psicotrópicas, realizado em 2005 pelo Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas da Universidade Federal de São Paulo (Cebrid/Unifesp).
O consumo de bebida alcoólica no país, entre aqueles que tem de 12 a 65 anos, é de 12,6%. É o que aponta o II Levantamento Domiciliar sobre o Uso de Drogas Psicotrópicas, realizado em 2005 pelo Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas da Universidade Federal de São Paulo (Cebrid/Unifesp).
O primeiro levantamento, de 2001, apontou um consumo de 11,2%. Uma outra constatação também não muito positiva é a de que 61% dos acidentados nas estradas brasileiras em 2006 haviam ingerido bebida alcoólica antes do acidente. A mesma pesquisa também revelou que o jovem é sempre a maior vítima. É também para eles que as campanhas publicitárias de bebidas alcoólicas estão direcionadas. É comum ver nos anúncios, grupos de amigos festejando, sorrindo e aparentemente felizes, sempre consumindo álcool. Marcos Miceli diz que é preciso um trabalho de educação continuada em escolas de tal maneira que ele consiga envolver a instituição e seu currículo e pais e responsáveis. O psiquiatra enfatiza que a repressão pura e simples não parece ter dado, até hoje, bons resultados e também vê com pessimismo as políticas públicas para diminuir o consumo de álcool.
"Não há uma continuidade e elas acabam não abordando o consumo como sendo parte de uma teia econômica onde estamos inseridos. Há também pouco direcionamento de recursos para investimentos em educação e prevenção", acrescenta Miceli. E se você tiver qualquer problema com bebida alcoólica, pode procurar orientação gratuita nos Alcoólicos Anônimos, referência nacional na ajuda de dependentes de álcool.
"Não há uma continuidade e elas acabam não abordando o consumo como sendo parte de uma teia econômica onde estamos inseridos. Há também pouco direcionamento de recursos para investimentos em educação e prevenção", acrescenta Miceli. E se você tiver qualquer problema com bebida alcoólica, pode procurar orientação gratuita nos Alcoólicos Anônimos, referência nacional na ajuda de dependentes de álcool.
Basta acessar www.alcoolicosanonimos.org.br para saber como fazer seu tratamento.
Por: Raimundo Aquino, disponível em Telelistas.net
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