Estação Musical com toque feminino da Nathália Guimarães

Este espaço foi contemplado com o toque feminino da Nathália Guimarães, Formada em Piano Clássico pelo Conservatório de Música de Campos, estudante do 7º Período de Jornalismo da Faculdade de Filosofia de Campos, 22 anos, amante da música popular brasileira, que a partir desse momento estará conosco na Coluna Estação Musical eventualmente, falando um pouco da nossa BOA MÚSICA POPULAR BRASILEIRA. O Blog sente-se honrado e agraciado com a tua ilustre presença!Seja bem vinda! O espaço é seu!


Nathália Guimarães:Falar sobre o “Clube da Esquina” para mim é especial. Quem nunca ouviu falar do Milton Nascimento, Beto Guedes, Flávio Venturini?! Pois é, além deles, participavam desse grupo também: Toninho Horta, Tavinho Moura, Wagner Tiso, Lô Borges, Márcio Borges e os componentes do “14 Bis” (Vermelho, Magrão, Cláudio Venturini, Hely Rodrigues).
O Clube da esquina na verdade, surgiu da amizade entre Milton Nascimento e os irmãos Borges (Marilton, Márcio e Lô), na
Belo Horizonte dos anos 60 (a melhor época), quando Milton chegou na capital pra estudar e trabalhar. Antes, Milton morava em Três Pontas com a família e tocava na banda W´s Boys com o pianista Wagner Tiso; com Marilton foi tocar na noite, no grupo Evolussamba. Compondo e tocando com os amigos, pôs o pé na estrada e na fama ao vencer o Festival de Música Popular Brasileira
e ao ter uma de suas composições, Canção do sal, gravada pela então novata Elis Regina.
Os chamados "anos dourados" eram pobres em termos de cultura musical. Foi na década de 60 que isso mudou, e justamente com o Clube da Esquina.
Aos fãs do
The Beatles juntaram-se: Flávio Venturini, Vermelho, Tavinho Moura, Toninho Horta, Beto Guedes, Fernando Brant
(autor de algumas letras).
O nome do grupo foi idéia de Márcio que ao ouvir a mãe perguntar dos filhos, ouvia a mesma resposta: "Estão lá na esquina, cantando e tocando
violão
." Essa esquina ficava na esquina da Rua Divinópolis com a Rua Paraisópolis, no bucólico bairro de Santa Teresa.
Em
1972 a EMI
gravou o primeiro LP, Clube da esquina, fruto de conflitos sonoros de meninos que queriam mudar o mundo. E conseguiram modificar o rumo, em que levava a música brasileira.
Canções como O Trem Azul (de Lô e Ronaldo, regravada por Tom Jobim em seu último disco, Antônio Brasileiro), Tudo o que Você Poderia Ser (Lô e Márcio), Nada Será Como Antes e Cais (ambas de Milto) foram o marco zero para aquele que foi o primeiro movimento musical brasileiro de importância depois da Tropicália. Talvez a melhor música de todo o disco seja a singela versão instrumental de Clube da Esquina nº 2, que teve a letra censurada.
A partir da década de 80, em parte como reação à diluição das idéias do Clube da Esquina, Belo Horizonte viu nascer bandas de rock que em nada pareciam ter sido influenciadas por aqueles músicos: o Sepultura (que, com sua original solução para o heavy metal, tornou-se a banda brasileira de rock mais conhecida no exterior), o Skank, Pato Fu e Jota Quest.
Um exemplo de música de qualidade e de atitude.

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