Procura-se por um Herói!! Homenagem ao Grande amigo Romualdo!
Militante do Movimento estudantil, Presidente da FEC dos estudantes entre 1994 e 1996...A entidade ainda era dos estudantes.
Liderança Estudantil Participativa no FORA COLLOR!
Liderança Estudantil Participativa no FORA COLLOR!
Entre 2004 e 2007, realizou um sonho. Começar e concluir a Faculdade de História na FAFIC. Atualmente é professor de História e cursando pos-graduação em Literatura Memoria Cultural e Sociedade no CEFET Campos.
No final dos anos 90, pesquisadores e filósofos da cultura brasileira anunciavam aos quatro cantos do mundo que a MPB estava na UTI. Um certo exagero, mas com um fundo de verdade, pois vivíamos de norte a sul tempos da lambada, axé-music e outros ritmos calientes.
Como parte do cenário, o início dos anos 90 também foram tempos incertos, onde o medo e a esperança caminhavam juntos por conta do novo presidente que confiscou poupanças, abriu a economia ao estrangeiro e mergulhou de cabeça em um mar de corrupção. O povo foi às ruas, cantou e gritou contra o presidente como nos anos 60, palavras de ordem foram levantadas e mostravam na sua essência a necessidade de resgate de um sentimento abandonado por seus intelectuais.
Prova disto é que naquele período poucos foram os artistas que ousaram gravar músicas como a banda Legião Urbana, que cantou em seu disco Cinco a seguinte canção:
“Não sou escravo de ninguém, ninguém é senhor do meu domínio (...) Não me entrego sem lutar, tenho ainda coração, não aprendi a me render, que caia o inimigo então (...)”.
A música “Metal Contra as Nuvens” denunciava o teor tirânico do presidente Collor quando este confiscou as economias bancárias de boa parte da população brasileira.
Já nas ruas o que mais se ouvia eram Hinos dos Anos Dourados como as músicas: “É Proibido Proibir” e “Alegria, Alegria” de Caetano Veloso ou ainda “Apesar de Você” de Chico Buarque.
Seguimos em frente, e ainda hoje se pergunta: Onde estava? – melhor – Onde está o pensamento vivo da música brasileira? Alguns afirmam que anda perdido pelos bares e botequins da Lapa carioca. Outros afirmam, que andam de pires na mão vagando em Brasília pelos jardins do palácio do planalto e do congresso procurando migalhas para sua sobrevivência.
Vivemos dias incertos, onde a realidade é prescrita todos os dias pela televisão. A violência, a miséria, a fome e a corrupção andam lado a lado com o poder governamental e poucos são os que se arriscam em cantar “declare guerra a quem finge te amar” e muitos são os que perderam a sua essência, e se tornaram coniventes com a sua própria incapacidade de pensar e reagir.
Pessoalmente eu ainda acredito que se trata de um período passageiro e que as gerações futuras ainda cantarão canções de nosso tempo, como hinos de louvor a um período, onde o povo brasileiro conseguiu ultrapassar a barreira da prisão televisiva. Das “garotas melancia”, das musiquetas das torcidas e dos demais sistemas coletivos de paralisia mental.restaram apenas lembranças.
Sei que estamos longe desta evolução. Mas o primeiro passo tem que ser dado, não precisamos de um herói para nos dar sacolões, cheques e boquinhas. Precisamos do herói que está dentro de cada um que se preze a usar a cabeça em vez da bunda!
...Não fazemos música pra adestrar macaco!!
( Banda Camisa de Vênus )
ROMUALDO BRAGA
Professor de História e Produtor de Rádio.
romualdobraga.blogspot.com - romualdobraga@gmail.com
Como parte do cenário, o início dos anos 90 também foram tempos incertos, onde o medo e a esperança caminhavam juntos por conta do novo presidente que confiscou poupanças, abriu a economia ao estrangeiro e mergulhou de cabeça em um mar de corrupção. O povo foi às ruas, cantou e gritou contra o presidente como nos anos 60, palavras de ordem foram levantadas e mostravam na sua essência a necessidade de resgate de um sentimento abandonado por seus intelectuais.
Prova disto é que naquele período poucos foram os artistas que ousaram gravar músicas como a banda Legião Urbana, que cantou em seu disco Cinco a seguinte canção:
“Não sou escravo de ninguém, ninguém é senhor do meu domínio (...) Não me entrego sem lutar, tenho ainda coração, não aprendi a me render, que caia o inimigo então (...)”.
A música “Metal Contra as Nuvens” denunciava o teor tirânico do presidente Collor quando este confiscou as economias bancárias de boa parte da população brasileira.
Já nas ruas o que mais se ouvia eram Hinos dos Anos Dourados como as músicas: “É Proibido Proibir” e “Alegria, Alegria” de Caetano Veloso ou ainda “Apesar de Você” de Chico Buarque.
Seguimos em frente, e ainda hoje se pergunta: Onde estava? – melhor – Onde está o pensamento vivo da música brasileira? Alguns afirmam que anda perdido pelos bares e botequins da Lapa carioca. Outros afirmam, que andam de pires na mão vagando em Brasília pelos jardins do palácio do planalto e do congresso procurando migalhas para sua sobrevivência.
Vivemos dias incertos, onde a realidade é prescrita todos os dias pela televisão. A violência, a miséria, a fome e a corrupção andam lado a lado com o poder governamental e poucos são os que se arriscam em cantar “declare guerra a quem finge te amar” e muitos são os que perderam a sua essência, e se tornaram coniventes com a sua própria incapacidade de pensar e reagir.
Pessoalmente eu ainda acredito que se trata de um período passageiro e que as gerações futuras ainda cantarão canções de nosso tempo, como hinos de louvor a um período, onde o povo brasileiro conseguiu ultrapassar a barreira da prisão televisiva. Das “garotas melancia”, das musiquetas das torcidas e dos demais sistemas coletivos de paralisia mental.restaram apenas lembranças.
Sei que estamos longe desta evolução. Mas o primeiro passo tem que ser dado, não precisamos de um herói para nos dar sacolões, cheques e boquinhas. Precisamos do herói que está dentro de cada um que se preze a usar a cabeça em vez da bunda!
...Não fazemos música pra adestrar macaco!!
( Banda Camisa de Vênus )
ROMUALDO BRAGA
Professor de História e Produtor de Rádio.
romualdobraga.blogspot.com - romualdobraga@gmail.com
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