QUAL É SUA GEOGRAFIA? - XI EREGEO SUDESTE
Floresta da Tijuca - Rio de Janeiro-RJ
Praia Vermelha - Ao Fundo o Museu de Arte Contemporânea - Niterói-RJ
Praia Vermelha - Ao Fundo o Museu de Arte Contemporânea - Niterói-RJ
Este texto traz duas reflexões e esperamos que seja possível socializá-las com todos...
Quando nos é perguntado: qual é a sua historia? Temos uma grande facilidade do que iremos buscar para poder responder a essa pergunta. Mas a questão que aqui viemos colocar é a nossa dificuldade de responder quando nos perguntado: qual é a sua geografia?
Quando nos é perguntado: qual é a sua historia? Temos uma grande facilidade do que iremos buscar para poder responder a essa pergunta. Mas a questão que aqui viemos colocar é a nossa dificuldade de responder quando nos perguntado: qual é a sua geografia?
Na cidade de hoje, mais especificamente nas grandes metrópoles, uma relação de domínio do movimento do individuo está estabelecida. “Ela”, a todo o momento, nos diz como devemos nos comportar. E para que isso aconteça é necessário criar uma relação que aliena o corpo.
São três os movimentos básicos que dão vida a uma grande cidade: trabalho (a cidade industrial responsável por abrigar a massa trabalhadora), rapidez e aceleração (a velocidade e quantidade em que circulam as informações), consumo (fator que legitima o urbano através das possibilidades mercantis de tudo que envolve as disponibilidades da cidade, que são as mais diversas possíveis).
Estabelecidas essas condições, o urbano se torna responsável pela a produção de certa homogeneidade que podemos chamar de massa. Essa massa, produtora de fluxos que legitimam o urbano, já que viabilizam a circulação da mercadoria enquanto produtores e consumidores. Ambos com grande intensidade. “O movimento das pessoas corresponde à etapa da produção que esta se dando naquele momento. Todos são produtores – o operário, o artista de teatro, o vendedor de supermercado, o intelectual, o motorista de táxi etc., mesmo quem não esta diretamente no processo de produção, já que também consomem.” (Santos, M). Em resumo, temos um lugar que produz as massas ao tempo em que as massas produzem o lugar.
Para podermos entender o movimento homogêneo basta perceber que, de uma forma geral, a massa urbana tem seu deslocamento limitado entre o lugar de trabalho, o lugar da moradia e o lugar do consumo. É nesse triangulo urbano que a cidade se torna apenas o lugar de passagem entre esses três pontos de sociabilidade. A cidade não é vivida. O que não percebemos é que a mesma é usada como espaço de mobilidade mercantil. E usá-la como espaço de mobilidade mercantil é ao mesmo tempo nos comportar como tal: “pessoas mercadorias”. A cidade é o lugar que disciplina o corpo, para que nós, enquanto massa, possamos nos movimentar na lógica da produção.
Para que esse movimento massificado se estabeleça, é preciso, antes de qualquer coisa, que a pessoa não saiba se localizar. Primeiro temos um cotidiano já marcado em seu comportamento, determinado pela lógica da produção. Segundo temos a não vivencia da cidade, o espaço urbano espetacular que apenas é tido como palco de deslocamento. E, por fim, temos o ato de consumir, e este trás consigo a possibilidade de encontrar valores sentimentais em objetos satisfatoriamente comprados, substituindo essências como a coletividade pública pelo privado, individualidade pelo individualismo.
Assim, a massa deve perder ao máximo sua capacidade sensória, impossibilitando um entendimento real da paisagem que a cerca e ao mesmo tempo compõem. Hoje a pessoa da massa nada mais é do que um surdo, cedo e mudo vagando diariamente para o seu trabalho. Para tanto o corpo aqui deve estar estabelecido como algo não pensante, vazio de sentimentos. As pessoas já não mais se enxergam como indivíduos, exatamente por que não podem extrapolar o sentido corpóreo que lhe foi colocado para poderem produzir. O corpo não se relaciona com o a cidade, já que aqui o que importa não é a criar vínculos com a mesma e sim é a formação de mão-de-obra consumidora. A condição de não se relacionar com a cidade, que impossibilita perceber a paisagem, aliena o individuo pelo fato deste não conseguir identificar o território em que esta inserido.
O fenômeno que tentamos tirar do plano da aparência é o de entender o urbano como um lugar que disciplina nosso corpo, determina funções que não percebemos, mas obedecemos. Somo vítimas de uma alienação corporal, determinada por um espaço que nos mesmo produzimos. Essa alienação corporal é resultado de uma produção espacial que já não mais temos clareza. É nesse sentido que o corpo ganha uma disfunção sensorial de percepção do lugar. A dinâmica diária que envolve o individuo não o permite desenvolver certas habilidades essenciais para poder entender o lugar onde vive. A Geografia poderá despertar a clareza na questão existencial do individuo urbano. “Para el moderno la ciudad es un instrumento de dominacion, en el hombre pierde toda posibilidad de ejercer la mas propio de su humanidad que es ser cuerpo social, historico, politico.” (Pfeiffer, Cuerpo y Espacio en el Ethos Ciudadano).
Reflita conosco...
São três os movimentos básicos que dão vida a uma grande cidade: trabalho (a cidade industrial responsável por abrigar a massa trabalhadora), rapidez e aceleração (a velocidade e quantidade em que circulam as informações), consumo (fator que legitima o urbano através das possibilidades mercantis de tudo que envolve as disponibilidades da cidade, que são as mais diversas possíveis).
Estabelecidas essas condições, o urbano se torna responsável pela a produção de certa homogeneidade que podemos chamar de massa. Essa massa, produtora de fluxos que legitimam o urbano, já que viabilizam a circulação da mercadoria enquanto produtores e consumidores. Ambos com grande intensidade. “O movimento das pessoas corresponde à etapa da produção que esta se dando naquele momento. Todos são produtores – o operário, o artista de teatro, o vendedor de supermercado, o intelectual, o motorista de táxi etc., mesmo quem não esta diretamente no processo de produção, já que também consomem.” (Santos, M). Em resumo, temos um lugar que produz as massas ao tempo em que as massas produzem o lugar.
Para podermos entender o movimento homogêneo basta perceber que, de uma forma geral, a massa urbana tem seu deslocamento limitado entre o lugar de trabalho, o lugar da moradia e o lugar do consumo. É nesse triangulo urbano que a cidade se torna apenas o lugar de passagem entre esses três pontos de sociabilidade. A cidade não é vivida. O que não percebemos é que a mesma é usada como espaço de mobilidade mercantil. E usá-la como espaço de mobilidade mercantil é ao mesmo tempo nos comportar como tal: “pessoas mercadorias”. A cidade é o lugar que disciplina o corpo, para que nós, enquanto massa, possamos nos movimentar na lógica da produção.
Para que esse movimento massificado se estabeleça, é preciso, antes de qualquer coisa, que a pessoa não saiba se localizar. Primeiro temos um cotidiano já marcado em seu comportamento, determinado pela lógica da produção. Segundo temos a não vivencia da cidade, o espaço urbano espetacular que apenas é tido como palco de deslocamento. E, por fim, temos o ato de consumir, e este trás consigo a possibilidade de encontrar valores sentimentais em objetos satisfatoriamente comprados, substituindo essências como a coletividade pública pelo privado, individualidade pelo individualismo.
Assim, a massa deve perder ao máximo sua capacidade sensória, impossibilitando um entendimento real da paisagem que a cerca e ao mesmo tempo compõem. Hoje a pessoa da massa nada mais é do que um surdo, cedo e mudo vagando diariamente para o seu trabalho. Para tanto o corpo aqui deve estar estabelecido como algo não pensante, vazio de sentimentos. As pessoas já não mais se enxergam como indivíduos, exatamente por que não podem extrapolar o sentido corpóreo que lhe foi colocado para poderem produzir. O corpo não se relaciona com o a cidade, já que aqui o que importa não é a criar vínculos com a mesma e sim é a formação de mão-de-obra consumidora. A condição de não se relacionar com a cidade, que impossibilita perceber a paisagem, aliena o individuo pelo fato deste não conseguir identificar o território em que esta inserido.
O fenômeno que tentamos tirar do plano da aparência é o de entender o urbano como um lugar que disciplina nosso corpo, determina funções que não percebemos, mas obedecemos. Somo vítimas de uma alienação corporal, determinada por um espaço que nos mesmo produzimos. Essa alienação corporal é resultado de uma produção espacial que já não mais temos clareza. É nesse sentido que o corpo ganha uma disfunção sensorial de percepção do lugar. A dinâmica diária que envolve o individuo não o permite desenvolver certas habilidades essenciais para poder entender o lugar onde vive. A Geografia poderá despertar a clareza na questão existencial do individuo urbano. “Para el moderno la ciudad es un instrumento de dominacion, en el hombre pierde toda posibilidad de ejercer la mas propio de su humanidad que es ser cuerpo social, historico, politico.” (Pfeiffer, Cuerpo y Espacio en el Ethos Ciudadano).
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Tarzan
Geografia PUC-SP
“Conhecer o território é conhecer a si mesmo”.
(Armando Corrêa da Silva)
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