A volta do marxismo


De acordo com a edição online da revista "Der Spiegel", a redescoberta do marximo é parte da estratégia do antigo partido comunista da Alemanha Oriental, chamado hoje de "Die Linke" (a esquerda) para expandir e conquistar mais adeptos no ocidente.

Analistas associam porém o enorme interesse dos estudantes em fazer cursos de marxismo à crise financeira mundial.

Quem estuda "O Capital", compreende melhor as causas que levaram à falência do sistema financeiro internacional -- diz um professor especializado em Marx.

Na Universidade Humboldt, de Berlim, o professor W. Windisch promete revelar todas as causas da crise financeira nas aulas de marxismo, que começam nos próximos dias.

Em Freiburg, cidade onde lecionaram filosofos famosos como Edmund Husserl ou Martin Heidegger, o encarregado da disciplina, Fritz Haug, afirma que Marx foi discriminado como cientista nas últimas décadas em consequência do fracasso da experiência do comunismo real no leste europeu.

Também em Trier, a cidade de nascimento de Karl Marx, o interesse pelo autor do "Manifesto Comunista" é enorme. O bispo Reinhard Marx, que não tem parentesco com o Marx do "manifesto" apesar do mesmo sobrenome, admite que há aspectos positivos em Marx.

Marx foi um filosofo e não um fundador de uma religião como Jesus Cristo. O mal-entendido levou à catástrofe do stalinismo. Certamente que há aspectos da sua obra que continuam sendo válidos. Também Friedrich Nietzsche, que inspirou Hitler embora o seu super-homem não tivesse o significado racial visto pelos nazistas, é ainda uma leitura interessante, apesar de tudo.

Theodor Adorno, da "Escola de Frankfurt", dizia que a poesia não era mais possivel depois do holocausto. Quem lê, porém, a austriaca Ingeborg Bachmann, filha de um nazista, diria que Adorno não tinha razão. A obra de Ingeborg, escritora que faleceu tragicamente em 1973, é uma das mais fascinantes escritas em alemão.

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