No Dia Mundial da Água, não há muito o que comemorar. Com a escassez desse recurso natural, a humanidade também está por um triz
Água: o bem mais precioso
Planeta Terra, 2050. Neste ano, segundo estimativas da Organização das Nações Unidas (ONU), 4 bilhões de pessoas sofrerão com a falta de água, e dois terços da população poderá enfrentar a escassez total. Mudanças climáticas, poluição, falta de investimento em recursos hídricos e desperdício são alguns dos fatores que ameaçam a sobrevivência da humanidade. Diante desse quadro alarmante, o desafio será: como preservar esse bem tão precioso? No último século, o consumo de água no Brasil tem crescido a um ritmo mais de doze vezes superior ao da população mundial, segundo a agência da ONU para agricultura e alimentação (FAO). Maior detentor de água do mundo, o País tem cerca de 15% de todo o estoque do planeta.
Entretanto, várias regiões já enfrentam problemas de abastecimento, principalmente os estados da região Norte e Nordeste. Mas nada se compara aos niveis críticos de recursos hídricos em países como África do Sul, Egito, Índia, Iraque, Israel, Jordânia, Líbano, Haiti, Turquia e Paquistão.
No ano de 2008, o Dia Mundial da Água dá atenção especial ao saneamento. A Organização Mundial de Saúde (OMS) antecipou na última quinta-feira parte de relatório que será divulgado no final do ano, no qual mostra que 2.6 bilhões de pessoas vivem sem acesso a um banheiro em suas casas e são vulneráveis a doenças causadas pelo mau tratamento da água. Só a diarréia mata dois milhões por ano, a maioria crianças até cinco anos.
No Brasil, de acordo com a Agência Nacional de Águas (ANA), somente 20% dos municípios fazem coleta de esgoto e o índice de tratamento gira em torno de 20% com eficiência discutível. Isso significa que todos os dejetos domésticos não tratados, ou com baixo índice de descontaminação, vão parar nos rios, córregos e outros mananciais de onde é retirada a água que abastece a população.
“A distribuição de água doce e tratada no mundo não é eficiente. Fora que, há muito desperdício, crescimento desordenado, desmatamento. Aqui no Brasil, por exemplo, infelizmente nos tornamos especialistas em transformar água em esgoto”, observa o biólogo Mário Moscatelli.
Para o engenheiro Paulo Costa, especialista em uso racional da água, o grande problema não é o saneamento. “Para cada 100 mihões de dólares investidos em saneamento básico, se economiza 300 milhões na saúde. Isso está sendo feito tardiamente. Principalmente, nas camadas mais pobres. O grande problema é a falta de um programa nacional de racionalização de consumo de água, que já foi instituido em outros países e nunca é aplicado aqui”, diz.
Na opinião do secretário estadual do Meio Ambiente, Carlos Minc, conscientização da população é fundamental. “Não dá para fazer dos rios, lagoas e mares depósitos de lixo, jogando garrafas pet, pneus, sacos plásticos, materiais que demoram anos para se decompor, causando a mortandade de peixes. Somente no Rio de Janeiro, são centenas de toneladas jogadas diariamente, o que torna a qualidade de nossas águas muito ruim e um foco de contaminação de doenças. É preciso entender que água é vida. É um bem insubstituível”, declara.
O biólogo Mário Moscatelli faz coro. “Não podemos ficar parados diante dessa situação. Temos que ir à guerra. Mas é uma guerra pelo futuro dos nossos filhos, de outras gerações, através de um consumo consciente. Temos que tomar conta do planeta, que é nosso único lugar para morar. Estamos num trem bala desgovernado e ainda não demos conta”.
Populações mais pobres serão as maiores vítimas
A escassez de água provocada pelo aquecimento global vai afetar os cultivos agrícolas e a segurança alimentar das populações mais pobres do mundo a partir de 2020. A previsão consta da segunda parte do relatório Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, sigla em inglês) das Nações Unidas (ONU), divulgado em 2007 e amplamente debatido. Segundo os cientistas, as populações mais pobres do mundo serão as mais afetadas pelo aquecimento global.
De acordo com o estudo, a África está entre os continentes mais vulneráveis do mundo. Segundo as previsões dos cientistas, haverá falta de água nessa região, o que vai afetar entre 75 e 250 milhões de pessoas. Na Ásia, que também será atingida pela escassez de água, esse número sobe para 1 bilhão. A diminuição dos recursos hídricos também deve provocar problemas de irrigação nas lavouras e, conseqüentemente, redução na produção de alimentos.
Ainda segundo o relatório, o derretimento das geleiras de montanhas como o Himalaia vai provocar o aumento de inundações e enchentes, provocando grande número de mortes por doenças, como a cólera, em vários países da Ásia.
Entretanto, várias regiões já enfrentam problemas de abastecimento, principalmente os estados da região Norte e Nordeste. Mas nada se compara aos niveis críticos de recursos hídricos em países como África do Sul, Egito, Índia, Iraque, Israel, Jordânia, Líbano, Haiti, Turquia e Paquistão.
No ano de 2008, o Dia Mundial da Água dá atenção especial ao saneamento. A Organização Mundial de Saúde (OMS) antecipou na última quinta-feira parte de relatório que será divulgado no final do ano, no qual mostra que 2.6 bilhões de pessoas vivem sem acesso a um banheiro em suas casas e são vulneráveis a doenças causadas pelo mau tratamento da água. Só a diarréia mata dois milhões por ano, a maioria crianças até cinco anos.
No Brasil, de acordo com a Agência Nacional de Águas (ANA), somente 20% dos municípios fazem coleta de esgoto e o índice de tratamento gira em torno de 20% com eficiência discutível. Isso significa que todos os dejetos domésticos não tratados, ou com baixo índice de descontaminação, vão parar nos rios, córregos e outros mananciais de onde é retirada a água que abastece a população.
“A distribuição de água doce e tratada no mundo não é eficiente. Fora que, há muito desperdício, crescimento desordenado, desmatamento. Aqui no Brasil, por exemplo, infelizmente nos tornamos especialistas em transformar água em esgoto”, observa o biólogo Mário Moscatelli.
Para o engenheiro Paulo Costa, especialista em uso racional da água, o grande problema não é o saneamento. “Para cada 100 mihões de dólares investidos em saneamento básico, se economiza 300 milhões na saúde. Isso está sendo feito tardiamente. Principalmente, nas camadas mais pobres. O grande problema é a falta de um programa nacional de racionalização de consumo de água, que já foi instituido em outros países e nunca é aplicado aqui”, diz.
Na opinião do secretário estadual do Meio Ambiente, Carlos Minc, conscientização da população é fundamental. “Não dá para fazer dos rios, lagoas e mares depósitos de lixo, jogando garrafas pet, pneus, sacos plásticos, materiais que demoram anos para se decompor, causando a mortandade de peixes. Somente no Rio de Janeiro, são centenas de toneladas jogadas diariamente, o que torna a qualidade de nossas águas muito ruim e um foco de contaminação de doenças. É preciso entender que água é vida. É um bem insubstituível”, declara.
O biólogo Mário Moscatelli faz coro. “Não podemos ficar parados diante dessa situação. Temos que ir à guerra. Mas é uma guerra pelo futuro dos nossos filhos, de outras gerações, através de um consumo consciente. Temos que tomar conta do planeta, que é nosso único lugar para morar. Estamos num trem bala desgovernado e ainda não demos conta”.
Populações mais pobres serão as maiores vítimas
A escassez de água provocada pelo aquecimento global vai afetar os cultivos agrícolas e a segurança alimentar das populações mais pobres do mundo a partir de 2020. A previsão consta da segunda parte do relatório Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, sigla em inglês) das Nações Unidas (ONU), divulgado em 2007 e amplamente debatido. Segundo os cientistas, as populações mais pobres do mundo serão as mais afetadas pelo aquecimento global.
De acordo com o estudo, a África está entre os continentes mais vulneráveis do mundo. Segundo as previsões dos cientistas, haverá falta de água nessa região, o que vai afetar entre 75 e 250 milhões de pessoas. Na Ásia, que também será atingida pela escassez de água, esse número sobe para 1 bilhão. A diminuição dos recursos hídricos também deve provocar problemas de irrigação nas lavouras e, conseqüentemente, redução na produção de alimentos.
Ainda segundo o relatório, o derretimento das geleiras de montanhas como o Himalaia vai provocar o aumento de inundações e enchentes, provocando grande número de mortes por doenças, como a cólera, em vários países da Ásia.
Fonte: Jornal O Dia Online
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