Presos enfrentam indignação do povo
Os sete integrantes da quadrilha acusada de roubar mais de R$ 240 milhões da Prefeitura de Campos e que ainda continuam presos, puderam sentir ontem o clima de revolta da população em relação a eles. Sob vaias e frases como: “acabou a farra”, “acabou a boquinha” e “vão apodrecer na cadeia”, os presos foram recebidos por uma multidão que se aglomerou desde cedo em frente ao prédio da Justiça Federal, em Campos, onde prestaram depoimentos até a noite. Também foram ditas palavras de ordem contra o prefeito afastado, Alexandre Mocaiber (PSB), lembrando que ele poderá ser o próximo.
Os depoimentos que começaram às 14 horas, não haviam terminado até o fechamento dessa edição, não tendo sido dada qualquer informação pela Justiça a respeito do teor do que disse cada um deles. No entanto, foi informado que todos retornariam ao Rio de Janeiro logo após os depoimentos. Desde o meio dia, muitas pessoas começaram a se aglomerar próximo ao prédio da Justiça, esperando a chegado dos presos. O primeiro a chegar foi Ricardo Pimentel, acusado de ser quem comandava de fato as fundações José Pelúcio e Cruz Vermelha Brasileira, responsáveis pela fraude na contratação de pessoal - cerca de 16 mil pessoas -, sendo que muitas delas faziam parte do esquema que possibilitava um rombo mensal de mais de R$ 3,7 milhões da prefeitura, só de salários adulterados e além da contratação de grande quantidade de funcionários fantasmas.
A reação da multidão que estava concentrada no local foi extremamente hostil.Mas, quando o microônibus da Polícia Federal trouxe os outros seis envolvidos, meia hora depois, foi que o clima ficou tenso e, por pouco, a grade de proteção do prédio da Justiça Federal não foi derrubada pela multidão que se mostrava indignada e revoltada com a situação provocada por eles com o aval do prefeito afastado, Alexandre Mocaiber.
Do grupo, os dois primeiros a descer do veículo foram o ex-procurador do município, Alex Campos, algemado com Marco Antônio França, um dos presidentes da Fundação José Pelúcio. Na seqüência, o ex-gerente de Desenvolvimento, Edílson Quintanilha, algemado com o Gerente Geral da prefeitura, Francisco de Assis Rodrigues, seguidos do empresário de shows, Geraldo Seves e, finalmente, o presidente da Cruz Vermelha, José Muniz Quimarães.Presos passam perto do público - Como o prédio da Justiça Federal só tem uma entrada, os presos tiveram que passar bem próximo do público, que forçava a grade de proteção. Durante o pequeno trajeto até os elevadores, eles foram xingados, principalmente, os três ex-secretários de Alexandre Mocaiber, por serem os mais conhecidos.
O clima ficou ainda mais tenso quando o microônibus da Polícia Federal não conseguiu entrar no pátio do prédio e os presos tiveram que descer em área onde podiam ser vistos pela multidão. Foi aí que explodiu a gritaria e as vaias que duraram até eles entrarem no elevador. Visivelmente abatidos pelo constrangimento, eles entraram cabisbaixos, enquanto a multidão os chamava de “ladrões” e ensaiavam um coro lembrando ao prefeito afastado Alexandre Mocaiber, que “a sua hora vai chegar”.
Fonte: www.odiarionf.com.br
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