Eleições 2008: mais do mesmo.

Este é o título do matéria do brilhante Silvio Caccia Bava, no grande Jornal Le Monde Diplomatique Brasil, edição nº 15 de Outubro/2008, pág, 05, finalizando uma série de reportagens sobre as eleições municipais de 2008, o que me faz lembrar o caso de Campos dos Goytacazes, onde poucas coisas diferem dos últimos pleitos, o que resulta em: mais do mesmo.
Não pudemos vivenciar algo novo, as oportunidades que hoje se apresentam são as mesmas, se alternando no poder há vinte anos e pelo visto, este ciclo vai durar pelo menos 30 anos, pois é visível a ascensão das proles dos concorrentes no cenário político.
As reflexões de Silvio Caccia são importantes e contribuem para uma reflexão sobre os possíveis rumos daqueles que governarão a nossa cidade nos próximos quatro anos. Compartilho abaixo alguns trechos da matéria:

"Num passado mais recente podemos observar que muitas vezes são duas famílias que se alternam, a cada eleição, no governo da cidade. De todas as maneiras, a maioria dos municípios brasileiros ainda é governada por elites que tratam os bens e os recursos públicos como coisa privada, orientando as políticas públicas para beneficiar os grupos de interesse que representam."

"(...) o controle do voto não é mais tão efetivo, os meios de comunicação de massa permitem que os discursos dos candidatos cheguem à casa de todos, já que quase todos têm televisão, mas muitos traços do passado permanecem vivos e atuantes. Quais são mesmo as diferenças substanciais nos programas de governo dos candidatos que disputam as Câmaras Municipais e as Prefeituras? "

"O problema mais sério não está nos programas de governo, ou na falta de identidade política dos partidos. Está na extrutura do poder e na falta de controle social sobre os eleitos. É claro que os olhos cegos da Justiça e a impunidade de que gozam os eleitos contam, mas não são determinantes. Os que define o "stress" com nossa democracia é que o governo é exercido de maneira vertical, centralista, autoritária e hierárquica. E, em geral, não beneficia a maioria."

"A questão central é que essa mudança tem de vir de baixo para cima - da sociedade, e não das instituições políticas. Requer a mobilização da cidadania. Requer a mobilização da cidadania. Requer que se faça uma constituinte municipal, uma nova Lei Orgânica Municipal. Requer enfim, um horizonte não de uma simples reforma política, mas de uma refundação democrática. "

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