Juventude e trabalho

Estudo sobre o trabalho e a juventude brasileira, elaborado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), com apoio do projeto de Promoção do Emprego de Jovens na América Latina (Prejal), e cujos dados preliminares foram divulgados, tendo por base informações da Pesquisa Nacional de Domicílio (PNAD) de 2006, expõe limitações e dificuldades com que os jovens se defrontam no acesso ao mercado de trabalho, delineando, a um só tempo, estratégias que possam ser seguidas pelos setores público e privado, com vistas à superação dos fatores adversos a esse respeito existentes.

O perfil do jovem de 15 a 24 anos, tal como apresentado no respectivo relatório, indica que os jovens são os mais prejudicados pelo desemprego, a ponto, por exemplo, de verificar-se que dos 14,7 milhões de empregos gerados no Brasil entre 1986 e 2006, apenas 7,8% destinaram-se a pessoas nessa faixa etária.

Por outro lado, e segundo o mencionado estudo, deficiências do sistema educacional e a pouca escolaridade levam, muitas vezes, os jovens a entrarem no mercado de trabalho de forma precária, apresentando ainda taxas de desocupação e informalidade acima das demais faixas etárias, afora níveis insatisfatórios de rendimento e de proteção social.

Os números citados mostram que a juventude brasileira está concentrada, predominantemente, em áreas urbanas. Assim, em 2006, do total de 34,7 milhões de jovens entre entre 15 e 24 anos, 28,9 milhões (83,3%) moravam em cidades e 5,8 milhões (16,7%) no campo.

Em 2006, 31,4% dos jovens ocupados eram empregados sem carteira, contra 14,1% de adultos na mesma situação. Do total das jovens ocupadas, na mesma faixa etária, 14,8% eram trabalhadoras domésticas, sem carteira assinada.

Apesar dos números, muitos deles desfavoráveis, a coordenadora nacional do Prejal, Karina Andrade, reconhece os esforços que vêm sendo feitos no País no sentido de propiciar empregos aos jovens, ainda que muito, como observa, reste a ser feito ainda nesse sentido, e acreditando também que a criação de conselhos estaduais de juventude seria um passo positivo na busca de políticas públicas voltadas para os jovens.

Isto, tendo na profissionalização de qualidade um dos principais caminhos, “já que não dá para falar em trabalho sem falar em educação”.

Em agosto será lançado, aliás, o Pacto Nacional da Juventude, e dirigentes do Conselho Nacional da Juventude, reunidos semana passada para cuidar dos preparativos, apontam a necessidade de consolidar no Brasil uma política de Estado comprometida com a valorização dos jovens e tendo, portanto, na educação e no trabalho, referenciais por excelência de sua inserção social.
Fonte: Jornal O Monitor Campista

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