Vendas de motos crescem e devem bater 2 milhões


O gráfico do mercado de motos no Brasil forma uma curva de crescimento desde 1997. Mas, nos últimos cinco anos, o ritmo está mais acelerado.
O número de motos vendidas saltou de 762 mil, em 2002, para 1,8 milhão, em 2007. E, se continuar assim, irá ultrapassar, neste ano, a marca de 2 milhões de unidades.
A taxa de crescimento em 2007 foi de 32,7% contra 23,5% em 2006. Resultado: as vendas de motos até junho de 2008 já superam as de 2005 inteiro.
"Preços mais acessíveis, mais modelos populares e linhas de financiamento estão fazendo os consumidores optarem pelas motos", avalia Paulo Takeuchi, presidente da Abraciclo (associação brasileira dos fabricantes de motocicletas).
O resultado é natural, diz o presidente da Fenabrave (federação nacional da distribuição de veículos), Sérgio Reze. "Primeiro, porque há mais de dez anos o segmento vem crescendo ininterruptamente."
"Hoje o automóvel mais vendido no país [o Volkswagen Gol, a partir de R$ 25.790] soma 20 mil unidades por mês. Já a moto mais vendida [a Honda CG 150, de R$ 6.913] vende, em média, 40 mil", compara Reze.
E ele é ainda mais otimista. "O mercado pode chegar tranqüilamente a 4,5 milhões de unidades por ano", prevê.

Motivações


O estudante de arquitetura Fábio Souza, 24, reforça a estatística. Ele nem pensou em comprar um carro. Partiu logo para uma Suzuki Intruder 125. "Não uso apenas como meio de transporte. A moto também representa um estilo de vida."
A economia de combustível e a facilidade de locomoção pesaram na compra, mas a paixão pelas duas rodas foi determinante para Souza. "Gosto de viajar, passear, vou até a encontros de motoqueiros", afirma.
O trânsito fez o advogado Luiz Cláudio Medeiros, 32, trilhar outro caminho. Mesmo de terno, troca seu Volkswagen Fox por uma Honda CBX 250 uma vez por semana. "Confesso que comprei para fugir do rodízio."
No mercado interno, a Honda mantém a liderança, com 73% de participação, seguida por Yamaha (12%) e Suzuki (7%). Na comparação com 2006, no entanto, a Honda já registra queda de 3%.
A chegada de novas marcas também movimenta o mercado. A Dafra vendeu 16 mil unidades no primeiro semestre deste ano, e a chinesa FYM, que chegou ao Brasil em abril, já emplacou 8.000 motos.

Exportação

Apesar da boa fase, a Abraciclo demonstra preocupação com o desempenho do setor no mercado externo. Com a desvalorização do dólar, as motos brasileiras perderam competitividade, avalia Takeuchi.
"Estamos agindo para evitar que tenhamos de optar pela importação de algumas peças."


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